HAIKAI: ENTRE BASHŌ E LEMINSKI

"Que belo que é 
não pensar ao ver um raio: 
'A vida é fugaz'." 

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O três versos acima são de Matsuo Bashō, poeta japonês do período Edo. Bashō é tido como o poeta que fez do haicai (ou haikai) (ou haiku) uma forma fixa poética consagrada, estabelecendo sua atual configuração. Ele chegou a usar o haicai como um modo de livrar-se da vida rotineira, fazia viagens longas para registrar cenas e transformá-las em três versos de pura poesia condensada. 
A fórmula consagrada por Matsuo é composta por três versos: o primeiro e o terceiro sendo pentassílabos (5 sílabas poéticas, ou 5 ideogramas) e o segundo septassílabos (7 sílabas poéticas, ou 7 ideogramas). 

A forma talvez se perca na tradução (já diria o grande Ferreira Gullar: "poesia é intraduzível"), mas chegaram até a língua portuguesa belíssimos haicais do grande Bashō: "Silêncio: as cigarras escutam o canto das rochas" "Admirável aquele cuja vida é um contínuo relâmpago" "Crepúsculo: as ervas parecem seguir os rebanhos que recolhem" A tradição do haikai chega ao Brasil junto com os imigrantes japoneses e, antes de desembarcar no Porto de Santos, o imigrante Shuhei Uetsuka já escreve: 
 "A nau imigrante 
chegando: vê-se lá do alto 
a cascata seca." 
                                                                        Publicado por http://lounge.obviousmag.org/

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